sábado, 4 de fevereiro de 2012

Capitulo 2 (Parte 2)


     Eram 7:00 A.M quando minha mãe foi me acordar, mas eu já estava acordado.
— Filho, saímos daqui ás 8:00 A.M — ela disse num tom baixo e triste.
— Ta bom mãe — falei num tom pior que o dela — Vou me arrumar e já desço.
     Vesti um terno que o próprio Greg havia me dado no meu aniversario de quinze anos.
     Desci comi um pouco de cereal e já fomos para o carro.
— Filho, sei que Greg era seu melhor amigo mas quero que saiba que você vai velo morto naquele caixão — disse minha mãe enquanto dirigia.
— Eu sei mãe. Porque esta me dizendo isso — perguntei sem entender o que significava o assunto dela.
— É que não vai ser vai ser fácil pra você velo morto em um caixão, não quero que cometa uma loucura.
— Não se preocupe mãe, quero que ele tenha um enterro digno.


    Chegamos no cemitério, a família decidiu cremalo. Ao ver seu corpo no caixão não consegui segurar as múltiplas lagrimas que rolavam do meu rosto e explodiam contra o chão, lagrimas de tristeza, mas ao mesmo tempo lagrimas de esperança. Eu tinha fé que o veria novamente.
    A cerimônia começou e por um segundo, vi o inacreditável acontecer. Greg levantou a cabeça do caixão e disse:
— Não os deixe me cremar, você sabe o que fazer.
     Eu não estava ficando louco, juro que vi sua cabeça se levantar. Juro que o ouvi falar. Mas eu não sabia o que fazer.
 — ME DIZ GREG ME DIZ — quando me dei conta estava gritando e chacoalhando seu corpo — ME DIZZ O QUE EU DEVO FAZER POR FAVOR! EU NÃO SEI!
    Seu padrasto me tirou de perto do caixão.
— Você ficou maluco — ele gritou comigo — Quer acabar com o velório?
— Vocês não podem cremalo. Não podem. Ele não queria isso.
— E quem é você pra dizer alguma coisa?
— Sou o melhor amigo dele.
— E eu sou o pai dele — ele disse apontando o dedo na minha cara.
— Você não é o pai dele — dei um tapa em sua mão — Você é o padrasto maldito dele, que o batia, chingava e só o tratava mal.
     Greg já havia me falado milhares de vezes o que o padrasto dele fazia com ele. Ele já havia me dito que o padrasto dele já o bateu tão forte que ele chegou a desmaiar e disse também uma vez que o padrasto dele tentou o estuprar e só não conseguiu porque ele deu uma forte mordida no penis dele. E ele só não denunciava porque Valentim — o nome de seu padrasto — dizia que se ele contasse algo pra alguém ele mataria sua mãe.
     Valentim me deu um tapa que me fez cair no chão.
     Vários homens da família correram para seguralo e minha mãe correu até mim.
— Sra. Valery, por favor, não os deixe cremalo — implorei para a mãe dele — Faça isso pelo Greg.
— Nós vamos cremalo e ponto final seu moleque infeliz — gritou Valentim.
— Não nós não vamos — a Sra. Valery disse de cabeça baixa.
— O que??! — Valentim exclamou indignado — Se prepare quando chegar em casa — ele virou as costas e foi embora.
— Muito obrigado Sra. Valery — falei.
— Valery, se você quiser dormir na minha casa está tudo bem — minha mãe disse a ela.
— Eu gostaria muito Margareth — ela confirmou com medo nos seus olhos.
    O velório acabou e todos foram embora. Apenas eu fiquei.  

Livro: Além Da Vida Capitulo 2 (Parte 1)



             SAMUEL
                       PHILL

“ O que você faria para salvar quem você ama? Para salvar meu melhor amigo eu faria qualquer coisa”


Capitulo 2     Acontecimentos
      A ambulância chegou. Pegaram o corpo do meu melhor amigo e o levaram para o hospital.
       Em vão porque ele já estava morto.
       Eu estava indo pra minha casa, precisava do conforto do abraço da minha mãe. Ela era a única que podia me acalmar.
       Na verdade eu tinha que dar um ultimo abraço nela e dizer que a amava muito. Eu já sabia o que tinha de fazer. Eu tinha que me matar. Era isso que tínhamos combinado no pacto.
      Cheguei em casa e minha mãe estava varrendo.
— Oh meu Deus, o que aconteceu filho? — ela largou a vassoura no chão e veio me abraçar — Porque você esta chorando?
— É o Greg mãe — eu disse em soluços.
— O que tem ele filho? Me fala.
— Ele-ele-ele morreu — quando falei a palavra morreu chorei ainda mais.
— Meu Deus — foi a única coisa que ela conseguiu dizer.
­­­— Mãe deixe eu subir pro meu quarto. Preciso pensar. Eu te amo muito.
— Ok filho — ela disse me apertando em seu abraço — Também te amo muito e você vai superar isso.
— Sei que vou — falei já sabendo o que iria fazer.
     Cheguei no quarto e sentei na cama. Precisava pensar como iria fazer aquilo. Como me mataria. Tinha que ser indolor. Rápido.
     Ate que lembrei da faca que escondia embaixo colchão para o caso de ladrões.
     Era a hora. Eu tinha que fazer isso.
     Coloquei a faca no pescoço e comecei a apertar. Uma linha de sangue foi se abrindo.
     Foi quando algo aconteceu.
     Um vento extremamente forte bateu a janela com toda a força contra a parede, papeis que estavam na minha escrivaninha voaram pelo quarto, mas apenas um parou virado pra cima. Nele continha o endereço de Greg.
     O que isso queria dizer? Será o espírito de Greg querendo me dizer alguma coisa? Ou simplesmente foi um vento que bateu minha janela? Não sei o que foi aquilo, só sei que em honra ao nosso pacto eu teria que me matar naquele momento.
     Coloquei a faca em cima do corte, mas dessa vez faria rápido, dessa vez apenas com uma puxada cortaria meu pescoço e me juntaria ao meu melhor amigo novamente onde quer que ele estivesse.
     Mas novamente o sobrenatural me surpreendeu: a televisão ligou.
     Ela ligou em um canal que estava passando filme, um filme sobre vampiros.
     Levantei e fui desligar a TV. Ao me deitar a janela fechou e foi como se algo estivesse saído do quarto.
     Era o Greg ele estava querendo me dizer alguma coisa. Eu tenho certeza que era ele. Não sei o que ele queria me dizer, mas sei que não poderia morrer até descobrir.
     Me deitei, não para dormir — porque eu não conseguiria — mas sim para pensar e me preparar.
     No próximo dia pela manhã seria o enterro do meu melhor amigo.
     
g va do conforto do abraço as
g va do conforto do abraço as

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Livro: Além Da Vida - Capitulo 1


Capitulo I     Uma amizade destruída


— Sabe que o que estamos fazendo é errado não sabe? — Samuel questionou Gregory.
— Sei mais eu gosto — Gregory respondeu com um sorriso no rosto.
— Se eles nos pegarem estamos ferrados.
— Eu não to nem ai.
      Samuel e Gregory estavam colocando uma bomba de mal cheiro na cadeira da professora de química que eles odiavam.
     Mas quando iam sair de fininho ouviram a porta abrir.
— Vem pra baixo da mesa rápido — Samuel sussurrou a  Gregory.
     Era a professora. Ela entrou na sala e foi se sentar. Quando ela sentou a bombinha explodiu e o cheiro se espalhou por toda a sala.
— Mas que cheiro horrível — resmungou consigo mesma enquanto saia da sala.
— Nossa, é horrível mesmo — disse Samuel.
— Vamos sair daqui —  Gregory agarrou o pulso de Samuel e o puxou para a porta. Mas ao tentar abrir viu que estava trancada.
— E agora? – perguntou Gregory preocupado.
— Já sei — Samuel foi em direção a janela e Gregory foi atrás.
     Samuel saiu e ficou do lado de fora.
— É muito alto — disse Gregory, afinal era o terceiro andar.
— Eu te desafio — disse Samuel esticando a mão para pegar a de Gregory.
     Desafios para eles eram sagrados.
     Tudo começou uma vez em que Samuel e Gregory estavam caminhando na rua conversando.
— Duvido que você da um tapa na bunda daquela garota — disse Samuel quando uma garota passou correndo malhando.
— Você ta louco? Ela vai me quebrar.
— Eu te desafio.
     Gregory correu atrás da garota e deu um tapa tão forte na bunda dela que Samuel conseguiu ouvir de onde estava. A garota se virou pra ele e deu um tapa na sua cara, depois um soco na sua barriga e o jogou no chão.
     Samuel estava perdendo o ar de tanto rir.
     A garota virou as costas e continuou correndo.
— Nossa, ela te bateu legal — Samuel disse ao levantar  Gregory  do chão.
— Seu idiota.
— Calma, podia ter sido pior.
— Como? —  Gregory se questionou depois de ter levado tamanha surra de uma garota.
— Ela podia estar armada —  Samuel disse e voltou a rir de Gregory.
     A partir daquele dia os desafios começaram a ser mais sérios. Eles fizeram pacto no qual nenhum dos dois poderia negar um desafio. E como eram muito amigos desde a infância, combinaram também que se um dos dois morresse o outro teria que se matar.
     Gregory pegou a mão de  Samuel e subiu na janela para o lado de fora.
     Ninguém conseguia os ver porque do lado de fora tinha um carvalho enorme que tampava a janela.
—  Gregory tem uma coisa que eu preciso te falar — Samuel disse com uma expressão seria.
— O que?
     Eles estavam tão entretidos na conversa que não ouviram quando a professora entrou na sala com o diretor.
— Então Carlos, isso só pode ter sido obra de um dos alunos. — Margarete falou em relação ao cheiro.
     O diretor então viu movimentos na janela e foi em direção a ela cautelosamente.
— Eu que-queria dizer — Samuel gaguejou.
     De repente então o diretor abre a janela bruscamente. Gregory se assusta e cai.
— Não — grita Samuel que ao mesmo tempo se joga atrás para tentar salvar o melhor amigo, mas o diretor segura sua perna — Me larga eu tenho que salva-lo. Me solta. Me solta.
— Calma garoto — diz o diretor desesperado — Vá pelas escadas.
     O diretor puxou Samuel para dentro da sala que começou a correr descendo as escadas.
     Quando chegou lá embaixo já haviam vários alunos rodeando o corpo do seu melhor amigo.
— Sai da frente. Sai da frente. — ele gritava chorando e empurrando as pessoas que estavam olhando.
     Ao chegar ao corpo de  Gregory ele agarrou pegou sua cabeça com as mãos e a abraçou.
— Por favor,  Gregory não me deixa. Não me deixa. — suplicava na tentativa de seu amigo voltar à vida.
     Mas seu coração já havia parado.